Na semana santa é tradição que os católicos evitem o consumo de carne vermelha e optem pelos pescados, especula-se que essa escolha pelos peixes esteja relacionada a influência da região do mediterrâneo, e pelo peixe ser um alimento mais leve, que não pesa após o jejum que é praticado por algumas famílias.
Nessa época encontramos facilmente vários tipos de pescados no mercado, como peixes, crustáceos e moluscos, com destaque ao bacalhau que é um favorito na escolha de muitas famílias para ser o prato principal na Sexta-Feira Santa. Na hora da escolha é importante levar em consideração se a carne do peixe está firme quando pressionada com o dedo, se os olhos estão brilhantes, as escamas presas ao corpo e se as guelras estão rosadas, esses são sinais essenciais para saber se que o peixe está seguro e conservado da forma correta.
A composição nutricional dos pescados varia muito de um para o outro, mas no geral eles possuem proteínas de alto valor biológico, vitaminas, minerais e gorduras boas, com destaque às concentrações de EPA e DHA. Como diferenciação existe uma classificação de acordo com o teor médio de gorduras presente nos peixes:
- Peixes com menos que 2,5% de gorduras são considerados magros, como o bacalhau, linguado e escamudo;
- Peixes com teor de gordura mediano possuem de 2,5% a 6%. A pescada e o robalo entram nessa classificação;
- Peixes gordos, possuem de 6 a 25% de gorduras, como o arenque, sardinha, anchova, atum e salmão por exemplo.
Devido essa composição de gorduras ser maioritariamente de lipídios poli-insaturados e monoinsaturados o peixe é considerado um alimento extremamente saudável, que traz diversos benefícios à saúde e também contribui, junto a uma dieta equilibrada, a prevenção de doenças, como: doenças vasculares inflamatórias, AVC, Alzheimer, depressão, reduz o risco de doenças cardiovasculares, contribui para o controle dos níveis de colesterol e açúcar no sangue.
Por isso é importante levar o consumo de peixe para além das celebrações da Páscoa, por ser um alimento rico em nutrientes, a recomendação é de que pelo menos duas vezes por semana os peixes estejam incluídos na sua alimentação.
E esses benefícios podem ser potencializados junto de um preparo mais saudável, por isso opte por receitas de peixes assados, grelhados, ensopados ou cozidos. Os acompanhamentos também têm grande influência, por isso é interessante escolher por vegetais, grãos integrais e saladas para compor a refeição.
Fonte: Vanessa Rocha – Nutricionista da Rede Mundo Verde.
Vanessa Rocha é nutricionista registrada CRN-3 66691, formada pela universidade São Judas, especialista em Comportamento alimentar, pós-graduanda em Nutrição clínica e esportiva e em Saúde pública.
Atua no departamento de nutrição do MV, onde é responsável por treinamentos internos e elaboração de conteúdos científicos.
Referências:
SILVA, Ana Filipa Henriques da. Benefícios do consumo regular de pescado para a saúde humana. Universidade Fernando Pessoa Faculdade Ciências da Saúde, 2016.
SARTORI, Alan Giovanini de Oliveira e AMANCIO, Rodrigo Dantas. Pescado: importância nutricional e consumo no Brasil. Segurança alimentar e nutricional, v. 19, n. 2, p. 83-93, 2012.
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Guia alimentar para a população brasileira. Secretaria de Atenção à Saúde Departamento de Atenção Básica, 2024.
